Um intrigante artigo publicado hoje no JAMA (2009;302(24):2679-2685) avaliou a qualidade das evidências científicas que deram suporte à aprovação pelo FDA de dispositivos cardíacos de alto-risco. Foram analisados 123 estudos que foram utilizados para justificar a aprovação de 78 dispositivos cardíacos no período de 2000 a 2007. Apenas 55% dos estudos tinham grupo controle, 27% eram ensaios clínicos randomizados e 12% se baseavam em desfechos (o restante avaliou desfechos substitutos). Os autores concluíram que a liberação destes dispositivos freqüentemente carece de evidências científicas adequadas. Devemos considerar que nem sempre é possível utilizar um desenho de estudo ideal quando se fala de procedimentos intervencionistas ou cirúrgicos. Mesmo assim, se confirma a sensação de que na prática intervencionista ou cirúrgica o principal paradigma vigente é o mecanístico, em detrimento do epidemiológico.
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