Nas primeiras horas da manhã de hoje, recebi o usual email de Dr. Péricles, me corrigindo de erros que normalmente cometo nos posts. Aproveitando a oportunidade, o provoquei como parte da geração que vivenciou a santificação do beta-bloqueador no cenário do infarto do miocárdio.
Compartilho aqui sua resposta, em seu estilo sempre particular.
LC,
Obrigado por me lembrar que eu sou de outra época. Tinha esquecido. Ou não (Gilberto Gil)!
A capacidade de analisar um estudo naquela época era enviesada. Não se falava em Medicina Baseada em Evidências. Valia mais a revista, o autor e a instituição. Pesou mais o ISIS-1 que o MIAMI ! A Indústria, em paralelo e sem a devida vigilância, divulgava intensamente o que era de seu interesse. E a imensa maioria dos cardiologistas considerava um ato de fé seguir o que seria um novo paradigma.
Os tempos mudaram, embora a Indústria continue mais ativa ainda!
Minha última informação, antes da aposentadoria, era só indicar betabloqueadores se o IAMCSST fosse sem reperfusão, o COMMIT era a última palavra, e disfunção sistólica presente justificava.
Permanece assim? Sem reperfusão em tempo hábil, ainda é maioria, mesmo hoje? Era de 50% nos grandes centros e 25% no global. Ou mudou?
Para mim sua visão crítica é irretocável e bastante didática. Envereda até para um entendimento filosófico da ciência médica. Me faz continuar meditando sobre "o que foi, o que é e o que será" a cardiologia (e todo o resto).
Esqueci de dizer que existe uma nova corrente de médicos ativos, que praticam um meio-termo, a Fé e a Evidência. Adotaram a Medicina Baseada em Fevidências !?!?!
Bom ver um espaço onde o principal objetivo é o saber voltado para o ser, onde deve ser necessário demonstrar valor incremental para se estabelecer uma diretriz, e não apenas o modismo, e pressão da industria farmacêutica.O bom senso e o cuidar bem são atemporais, por isso o Prof. Pèriclis Esteves continua atualizado.Muito bom poder vê-lo sempre nos trazendo conhecimento.Domingos Freitas.
ResponderExcluirAcompanhar as informações científicas e utilizar bem estes conhecimentos. Devem ser aplicados, adaptados ou, muitas vezes, reformulados pela prática. Isto Dr Péricles fazia muito bem e isto não se esquece. Julio Braga
ResponderExcluir"O erro não se torna verdade por multiplicar-se na crença de muitos, nem a verdade se torna erro por ninguém a ver".
ResponderExcluirMahatma Gandhi
Caro Luis Carlos Correa.
ResponderExcluirGostaria de saber se já elaboraste algum Protocolo especifico, para discutir a idéia e analisar a concepção de um Trabalho Cientifico.
Penso nisto como um guia para discutir com os residentes do serviço os seus TCCs.
Parabens por tua obra como um todo.
Muito valiosa e didatica.