Este artigo, escrito em 31 de janeiro de 2020, é sobre risco perceptível individual, medo versus probabilidade. Passados 2 meses, a reflexão se tornou ainda mais relevante pelo aumento de casos de coronavírus. Os números à época, estáticos, foram usados para a reflexão da segurança perceptível à época, demonstrando uma dissociação que é universal, inerente da mente humana, independente de época ou local.
Desde aquele momento, o texto reconhecia a importâncias das medidas de saúde pública. Assim, esse texto não deve ser interpretado como antagônico às medidas de prevenção.
Por fim, a provocação "aconteceu um cisne negro?", continua nos intrigando do ponto de vista epidemiológico. Precisaremos de mais tempo para fazer essa reanálise. E o ponto de partida será este artigo. Aguardemos.
31 de janeiro de 2020
Há duas semanas o surgimento do coronavírus na China é o principal assunto dos noticiários e manchetes de jornal. A bolsa de valores caiu, o dólar subiu, o ministro da saúde deu entrevista coletiva e a Organização Mundial de Saúde declarou que a infecção pelo novo coronavírus é uma “emergência de saúde pública”.
Desde aquele momento, o texto reconhecia a importâncias das medidas de saúde pública. Assim, esse texto não deve ser interpretado como antagônico às medidas de prevenção.
Por fim, a provocação "aconteceu um cisne negro?", continua nos intrigando do ponto de vista epidemiológico. Precisaremos de mais tempo para fazer essa reanálise. E o ponto de partida será este artigo. Aguardemos.
31 de janeiro de 2020
Há duas semanas o surgimento do coronavírus na China é o principal assunto dos noticiários e manchetes de jornal. A bolsa de valores caiu, o dólar subiu, o ministro da saúde deu entrevista coletiva e a Organização Mundial de Saúde declarou que a infecção pelo novo coronavírus é uma “emergência de saúde pública”.
O medo está instalado. Uma amiga, enfermeira, me questionou se deveria desmarcar suas férias nos Estados Unidos. Falei que ela deveria ir, desde que não passeasse de helicóptero.
Risco Perceptível (população e indivíduo)
Nesta postagem, usarei o pensamento epidemiológico como norte probabilístico para a percepção de risco individual. Racionalmente, o risco perceptível do ponto de vista populacional deve ser diferente do risco perceptível de indivíduos da mesma população.
Governos e órgãos de controle de doenças infecciosas devem encarar o risco potencial do novo coronavírus se tornar epidêmico. Assim, enfáticas medidas de saúde pública são tomadas para reduzir a probabilidade da doença se alastrar de forma indesejável. Estas medidas estão corretas.
Mas o equívoco cognitivo surge quando essas medidas, por serem disseminadas, trazem a conotação inadequada de que indivíduos estão sob alto risco.
Mas o equívoco cognitivo surge quando essas medidas, por serem disseminadas, trazem a conotação inadequada de que indivíduos estão sob alto risco.
O risco significativo de uma população sofrer uma epidemia não é o mesmo risco de um indivíduo dessa população se tornar doente.
População e indivíduos da população são diferentes. Para um indivíduo doente é bom que sua doença seja menos patogênica; mas para a população, a baixa patogenecidade não é tão boa, pois aumenta a transmissão da doença.
Paradoxalmente, quanto menos patogênica a doença é, mais provável desta se disseminar. O novo coronavírus tem em torno de 2% de letalidade, diferente do SARS (2003) que apresentou 10% de letalidade. A menor patogenicidade deste vírus faz com que muitos infectados não se sintam doentes e continuem transitando normalmente, aumentando a disseminação da doença. Por isso que os agentes chineses medem a temperatura de qualquer pessoa que passa pela rua.
Por outro lado, doenças de maior letalidade fazem com que o indivíduo fique tão doente que não consegue sair de casa, a não ser que seja para ir ao hospital. Assim, fica mais fácil de isolar estes indivíduos. Pior para o indivíduo, melhor para a população. No entanto, ao ver as medidas de isolamentos de cidades e agentes vestidos de branco pelas ruas, isso nos remete a uma doença de maior gravidade. Intuitivamente, ficamos com mais medo das consequências.
Assim, a probabilidade de uma epidemia se instalar não é o mesmo da probabilidade de uma pessoa ficar doente, muito menos desta pessoa morrer da doença. Ao pensar individualmente (sentimento de medo) devemos racionalizar risco e dano.
Qual o risco de eu adquirir a doença?
Qual o dano se eu adquirir a doença?
Risco de Doença
Farei um exercício probabilístico que não tem a pretensão de retratar de forma acurada a epidemiologia do problema, mas sim de tratar de forma acurada a percepção de risco quanto ao problema.
Vamos imaginar o pior cenário: vivemos na China. Até hoje foram 9.720 casos diagnosticados e 213 mortes na China. Se dividirmos o número de casos pela população da China (1,4 bilhões), a probabilidade de um chinês ter adquirido a doença até então é:
0.0007% (risco).
0.0007% (risco).
Justifica o medo? Não.
Sim, a doença vai se disseminar além das cifras atuais, afinal há um crescimento do número de casos. Mas observe que o denominador chinês não permitirá que a perspectiva mude.
Sim, é diferente um chinês em Pequim (menor risco) de um Chinês em Wuhan (maior risco). Estou trabalhando com a média ou suposição de homogeneidade de risco na China. Por outro lado, não estamos na China e nosso risco em qualquer outro lugar do mundo é menor do que Pequim. Por isso o cálculo vale para o ajuste cognitivo.
Dano da Doença
Agora vamos ao dano. Em adquirindo a doença, qual a probabilidade de morte? 2%.
Não é desprezível, mas se pensarmos na probabilidade de 98% de sair vivo e ao comparar com outras doenças agudas, até que esta não é das piores. A letalidade da pneumonia bacteriana comunitária no idoso é muito maior do que isso, sendo esta uma doença muito mais comum do que coronavírus.
Mas ninguém anda com pânico de pneumonia.
Mas ninguém anda com pânico de pneumonia.
Risco de Morte: Risco*Dano
Finalmente, devemos combinar risco e dano. Ou seja, qual a probabilidade de uma pessoa da população adquirir a doença e morrer dela. Isso é uma probabilidade condicional, ou seja, P1 x P2.
Risco da doença = 0.0007% x Risco de morte = 2% = 0.00001% = 1 morte por 7 milhões
Desta forma, do ponto de vista individual, o medo não se justifica por bases probabilísticas.
Diálogo com a População
Justifica que ministros façam coletivas de imprensa? Justifica que as redes de TV convidem um exército de infectologistas para a televisão? Justifica que esta seja uma notícia dominante das últimas semanas?
Na verdade, isso pouco importa aos indivíduos da população, a não ser que o indivíduo trabalhe em algum escritório de controle de doenças infecciosas do ministério da saúde. Os governos precisam se planejar, cuidar do risco populacional. Enquanto os indivíduos podem viver suas vidas tranquilamente.
É justificável a preocupação profissional com esta questão; mas não é justificável a preocupação pessoal. O assunto deve predominar em reuniões de profissionais voltados para controle epidemiológico. Não é conversa de shows televisivos.
Claro, é natural que o assunto surja. Neste caso, como profissionais de saúde, devemos aproveitar a oportunidade para o literamento probabilístico da sociedade. Afinal, passamos a vida decidindo com base na razão de risco e benefício.
Se a população fosse uma pessoa, esta poderia estar com medo. A pessoa da população é o governo, este precisa se movimentar. Quando a nós, indivíduos, temos problemas muitos mais importantes para nos preocuparmos. Quanto mais nós, brasileiros bombardeados a cada dia por crises desencadeadas por problemas comportamentais que surgem de forma mais inesperada do que qualquer epidemia. Já temos nossos próprios “coronavírus”, incluindo nossos problemas de saúde pública.
Teremos um Cisne Negro?
Cisnes Negros, definidos por Nassim Taleb, são eventos improváveis, imprevisíveis e de grande impacto, que escrevem a história do mundo. Caso essa doença se alastre enormemente, isto poderá mudar o mundo. No entanto, o cisne negro só ocorre quando é imprevisível, pois se for previsto medidas preventivas impedem seu surgimento.
A epidemia já está prevista como uma possibilidade e medidas agressivas estão sendo tomadas pelos governos. Além disso, a história recente deste tipo de vírus (severe acute respiratory syndrome coronavirus (SARS-CoV) em 2002 e Middle East respiratory syndrome coronavirus (MERS-CoV) em 2012) sugere baixa probabilidade de uma catástrofe.
Em termos probabilísticas, não teremos um cisne negro e, após algum tempo, essa história se dissipará.
A epidemia já está prevista como uma possibilidade e medidas agressivas estão sendo tomadas pelos governos. Além disso, a história recente deste tipo de vírus (severe acute respiratory syndrome coronavirus (SARS-CoV) em 2002 e Middle East respiratory syndrome coronavirus (MERS-CoV) em 2012) sugere baixa probabilidade de uma catástrofe.
Em termos probabilísticas, não teremos um cisne negro e, após algum tempo, essa história se dissipará.
O Helicóptero da Racionalidade
Há poucos dias, meu ídolo do basquete americano, Kobe Bryant, morreu em um acidente de helicóptero. Isso me remeteu à seguinte questão: o que as pessoas mais temem nos dias atuais:
uma viagem de alguns dias pela China ou
um passeio de helicóptero sobre o Grand Canyon?
Fiz essa pergunta no tweeter:
O mais frequente é o temor da China. Isto é racional?
Já sabemos que o risco de morte por coronavírus na china é 1 em 7 milhões.
Pesquisei, e encontrei que o risco de uma queda fatal de helicóptero é 1 / 250.000 (passeios-hora).
Portanto, precisaríamos fazer 28 viagens à China para igualar o risco de morte em um despretencioso passeio turístico de helicóptero.
De fato, emoção não é o mesmo que razão. Mas quando se trata de medo ou pânico, cabe a tutores da percepção sobre questões de saúde aproveitar a oportunidade e alfabetizar cientificamente a sociedade.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirExcelente texto, professor!!
ResponderExcluirSempre assertivo!
ResponderExcluirClaro como de hábito, Luiz.
ResponderExcluirO site já me foi útil várias vezes. Mais uma vez está sendo muito útil.
ResponderExcluirGrande Luís!!vou disseminar esta postagem nos meus grupos de WS! Espero que todos se "contaminem" com está clareza e conhecimento! Abç
ResponderExcluirEscrarecedor. Parabéns mestre.
ResponderExcluirEsclarecedor?
ExcluirMaravilhoso !!
ResponderExcluirPerfeito..vamos refletir..
ResponderExcluirMuito bom, professor!!
ResponderExcluirGostei bastante, bem esclarecedor e tranqulizador. O que me pergunto é há um prazer ou um interesse dos governos em dissiminar o medo?
ResponderExcluirOu estão tão perdidos e desenformados qto nos.
https://drive.google.com/file/d/1BDJRrXLAYWoa8KDXEcTg5H_n56pA52iq/view?usp=drivesdk
ExcluirTalvez isso possa ajudar nessa duvida.
Muita luz
ExcluirExcelente!!!
ResponderExcluirGostei do texto. Porém as estatísticas chinesas não são confiáveis, por consequência todas as taxas estao enviesadas
ResponderExcluirIsso não é verdade, é um preconceito que fizeram você acreditar.
ExcluirOs numeros parecem concordar com os da OMS (Organizacao Mundial da Saude) divulgados diariamente nos Situation Reports em https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019
ExcluirInfelizmente 😲😲🤔🤔🤔...
ExcluirEita povo doido que prefere dissiminar o medo ....
ExcluirMuito bom
ResponderExcluirSua analise de "risco" não inclui o fator Tempo e Contagio. Ou seja a propagação do virus. Po favor acesse e leia https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2020.01.28.923169v1 "Beware of asymptomatic transmission: Study on 2019-nCoV prevention and control measures based on extended SEIR model"
ResponderExcluirOk, tudo esclarecedor, somente paira a dúvida das restrições chinesas à informação e ainda os relatos de uma Pequin fantasma.
ExcluirSua analise não levou em conta o fator Tempo e Contagio. Veja por exemplo o modelo "Beware of asymptomatic transmission: Study on 2019-nCoV prevention and control measures based on extended SEIR model"https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2020.01.28.923169v1
ResponderExcluirEsclarecedor!Embasado!
ResponderExcluirMesmo assim, como é um novo vírus, tendo dúvidas sobre a veracidade das informações oficiais, principalmente da china e o nível de preocupação da OMS, prefiro a viagem de helicóptero.
ResponderExcluirTb acho mais seguro!
ExcluirProfessor... O correto não seria dividir os casos detectados pela população,ou província onde os casos foram é diagnosticados... em Wuham o risco de doença seria 0,029% e não 0,0007%... Grato pela compreensão.
ResponderExcluirMuito bom. Teria que ser bem divulgado para diminuir o alarmismo desta gente...leia-se imprensa...
ResponderExcluirÓtimo texto! Acrescento apenas que deve ser considerado que o grau de contágio do corona pode ser superior ao do sars e, com isso, a letalidade de 2% ser maior, em números absolutos, do que os 10%. Acrescento também que julgo pertinente cada indivíduo se manter informado e não depositar somente nos especialistas e no Estado a gestão do seu direito fundamental que é a saúde. Ninguém melhor do que a pessoa para cuidar e gerir a própria vida. Dito isto, a conclusão foi perfeita: "lavem as mãos, evitem aglomeração (...) vivam a vida, valorizem a incerteza".
ResponderExcluirConcordo com você.
ExcluirConcordo com você.
Excluira velocidade de disseminacao elevada em paises com infraestrutura hospitalar sucateada e insuficiente para o atendimento "normal" da populacao, como na maior parte da Africa e America Latina, poderia trazer uma elevacao significativa da letalidade? ou isto eh irrelevante?
ExcluirExcelente avaliação e muito esclarecedora !
ResponderExcluirTambem fique mais tranquilo agora com esta explicação.
ResponderExcluirTambem fique mais tranquilo agora com esta explicação.
ResponderExcluirGostei da dissertação...bem esclarecedor. Obrigada!
ResponderExcluirExcelente, super esclarecedor,parabéns
ResponderExcluirMuito bem colocado e coerente. Inteligente colocação. Só uma ressalva:não existe risco de morte. existe risco de vida. Quando se faz essa afirmação dizemos o que está em risco e nesse caso é a vida que está em risco não a morte. Pode-se dizer risco de morrer, mas não de morte
ResponderExcluirRisco de morte é o mesmo que risco de morrer. Conhece uma ciência chamada "Linguística"? Óbvio que não,sabichão. Desnecessário e inútil o seu comentário. Grande diferença que fez: enriquecedor.SQN
ExcluirExcelente! Tenho viagem programada para Shanghai dia 18 de fevereiro... Mas o temor pouco probabilístico já me foi instalado. Agora sigo aguardando o cancelamento da companhia...
ResponderExcluirAbsolutamente racional e lógico...
ResponderExcluirExcelente texto elucidativo para quem tem condição de interpretá-lo. Provavelmente uma baixíssima percentagem de brasileiros.
ResponderExcluirCom a calamitosa situação da saúde pública no RJ - dos demais estados desconheço - como convencer o povão a relaxar?
Os EUA e CHINa estão tentando solucionar os entreveros financeiros às custas do terrorismo virótico, afetando a humanidade. Aumentando os gastos com saúde, sem significação justificadas. Capitalismo selvagem!
ExcluirMuito bom, concordo que há quase uma histeria. Só acho que precisaria de ajuste, calculando o risco da população que realmente está sob risco. Isso é arbitrário, podemos colocar a capital de Wuhan, a província inteira, a China, toda a população asiática. Me parece mais razoável usar a população da província (11,08 milhões) para calcular esse risco. Desta forma o risco seria de 0,08%, o que ainda é muito baixo. Desta forma, o risco de morte seria 2 x 0,08 = 0,000017%, ainda extremamente baixo.
ResponderExcluirOutro ponto de destaque é que apesar de tratar-se de coronavirus, tanto MERS quanto SARS, pela sua alta patogenicidade precoce, não deveria ser comparada com o 2019-nCoV. São doenças completamente diferentes.
Se você restringir o cálculo do risco para Wuhan, então, seguindo seu raciocínio, o risco tanto de infectar-se e de morrer cairia praticamente a zero se você não for para Wuhan.
ExcluirExcelente! Basta recorrer à matemática para provar que o pânico não se justifica.
ResponderExcluirMaravilhaaa!! 👏👏👏👏
ResponderExcluirO medo é uma arma.
ResponderExcluirSou enfermeira de saude pública esse pânico me faz cansar de trabalhar sem efetivas resoluções. A informação VERDADEIRA, essa sim nos ajuda!!!
ResponderExcluirEntão tá.....
ResponderExcluirObrigada pela contribuição gratuita!
ResponderExcluirTexto agradabilíssimo e muito instrutivo, demonstrando o profundo conhecimento do autor nas áreas de epidemiologia, sociologia e análise estatística, além de outras matérias, facilitando muito o entendimento da situação desta patologia oriunda da China, e orientando com admirável maestria a postura a adotar pelos cidadãos comuns e outros, do Brasil e do mundo. Obrigado, grande professor.
ResponderExcluirExcelente . exposição da mais tranquilidade
ResponderExcluirTexto muito claro e didático!
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Quanto ao argumento da probabilidade entre o vírus e a queda de helicóptero, não pode ser articulada sem considerarmos alguns detalhes importantes. O problema é que existe uma alta probabilidade de um vírus dessa natureza tornar-se uma epidemia. E uma doença que, por ser infecciosa e transitória, se espalha rapidamente. O cuida é necessário!
ResponderExcluirExcelente artigo. Nos despertou para a importância científica de fatos da nossa vida diária. Parabéns Luiz Cláudio.
ResponderExcluirMuito bom texto!
ResponderExcluirCerta a avaliação.
A letalidade é de 2% em casos diagnosticados -
ResponderExcluirDeve ser menor se considerarmos os casos assintomáticos e com sintomas amenos, tipo resfriado, que não obedecem aos critérios estabelecidos.
Acontece que a "massa" não sabe ler... e quando sabe ler, tem dificuldade de entender. A grande maioria vê os Datenas da vida e ou jornais do globo...
ResponderExcluirFiquei satisfeito com essas colocações. Eu imaginava isso e cheguei a ter dúvidas.
ResponderExcluirObrigada pela clara explicacao, professor.
ResponderExcluirVamos partilhar para que todos possam ficar mais tranquilos.
Achei muito bom o texto, bem lúcido. Mas uma coisa bem importante para entender a análise do risco talvez seria adicionar tempo também como fator. Não sou um epidemiologista, mas imagino que o risco de infecção suba exponencialmente com o tempo. Imagino que o medo do risco (e não do dano, como foi muito bem apontado no texto) acabe fazendo um pouco mais de sentido se isso for considerado.
ResponderExcluirValeu, Camacho, muito bom. Luz na escuridão ...
ResponderExcluirNão tenho medo,tudo é do jeito de Deus.Não gosto de falar em doença,e não gosto de receber mensagens negativas.
ResponderExcluirLavar as mãos,lavar frutas,latas de cerveja e refrigerante é essencial para a higiene.
Excelente texto!
ResponderExcluirExcelente Texto, Esclarecedor, Parabéns!
ResponderExcluirPois é! Aí vem outra pergunta será que estão usando o pânico nas manchetes para, novamente, desviar-nos a atenção para as falcatruas no Congresso?
ResponderExcluirParabéns professor excelente explicação. Como faço para fazer seu curso?
ResponderExcluirBelo texto e esclarecedor
ResponderExcluirExcelente texto. Quizera q mais mentes com esta competência se dispusessem a alfabetizar cientificamente aos poucos, as nossas ignorâncias.
ResponderExcluirMuito bom esclarecido.
ResponderExcluirPARABÉNS, MAIS Q NA HORA DE ALGUÉM ACABAR COM ESSA HISTERIA SENSACIONALISTA RIDÍCULA.
ResponderExcluirCoisa de doido numeros malucos a populacao fica em panico!!!!!!!!#
ResponderExcluirMuito melhor utilizar-se dessa situação para noticiar informações relevantes de cuidados com a saúde e prevenção de transmissão de doenças (informações válidas a longo prazo para vida e saúde de todos), do que noticiar e/ou lamentar a morte de um boleiro que ganhava milhoes para arremessar uma bola. Mas valeu a tentativa, Abraços
ResponderExcluirConcordo que há um show nos media e até desconfio mesmo que haja aproveitamento politico/economico, mas também é verdade que podemos decidir não "passear de helicóptero", como é o meu caso e de mais alguns biliões por este mundo a fora, e aí a probabilidade desse tipo de acidente para nós caí para zero. Já a probabilidade de ser infectado, essa vai subindo a cada dia...
ResponderExcluirTexto esclarecedor. Com certeza o alerta com os cuidados de higiene : lavar as mãos etc, vai diminuir muito , o contágio de outras patologias , até mais graves . O que falta é saneamento e higiene .
ResponderExcluirÓtimo texto. Muito esclarecedor. Aprendizado.
ResponderExcluirComo todos morreremos só quando nosso prazo tiver vencido, seguro morreu de velho. Tampar o Sol com a peneira não adiantará muito.
ResponderExcluirProfessor, excelente texto. Com certeza a industria do medo, da apreensão e do sensacionalismo são positivas para ganhar mais Clicks em postagens de jornais on-line ou uma maior visualização televisiva. Temos um sistema 1 de Kahneman atuando fortemente nesse caso, além de, com certeza, um maior preconceito para com chineses turistas em todo o mundo. Qual o valor do nosso medo? O que a imprensa tem a ganhar com um mundo acientífico?
ResponderExcluirEstamos expostos à gripes diariamente, isso não causa medo. Mas qdo um simples espirro infecta 14 pessoas de uma vez, e mata relativamente rápido, explicações "racionais" não nos convencem. Temos a sensação de que nos escondem a realidade.
ResponderExcluirTenho divulgado entre alunos e outros setores da população de Catalão GO,ponderaçõese orientação que vão de encontro às publicadas pelo brilhante professor doutor Luis Correa, ler esse texto tranquilizou-me bastante.
ResponderExcluirPubliquei um comentário mas não me identifiquei, por engano ao publicar.
ResponderExcluirComentário fala sobre orientações que tenho feito aos meus alunos em Catalão GO.
99% de "barulho" 1% de realidade. Igual a famosa "peste suina". Os mais velhos devem se lembrar. Isso é "treta" de chineses.
ResponderExcluirOs números divulgados pelo Governo Chinês não passam a menor credibilidade. Apenas isto já muda toda a análise do cenário. Atentos!
ResponderExcluirEsse calculo considerou uma situação estática, o que não é real. Se o virus está se disseminando, o risco é crescente e daí é que vem o medo.
ResponderExcluirGostei do texto,especialmente por tentar distinguir o que é causado pelo medo ou pela razão. Acrescentaria:
ResponderExcluir1. Fator TEMPO e TRANSMISSIBILIDADE também deveriam fazer parte da análise;
2. Em números "absolutos" de mortos poderíamos ter valores ainda inéditos para os últimos 100 anos;
3. De fato, a mortalidade da doença em questão não é das maiores, mas as informações disponíveis na China sofrem histórico processo de reduzida confiabilidade;
4. Uma viagem de helicóptero ao Grand Cannyon deve ser maravilhosa, independente das atrações turísticas da China;
5. O universo estatístico alternativo deveria ser a própria província chinesa em que o surto foi identificado e não a China, Ásia ou o mundo como um todo.
Só para enriquecer ainda mais a discussão sobre o assunto....abraços professor
Verdade André! 🙌 Concordo
ExcluirNo Brasil é mais provável vc morrer de assalto do que de vírus
ResponderExcluirMelhor
Vírus de bruço e durmo sossegado
IRENO Melhor prevenir do que remediar.
ResponderExcluirBom
ResponderExcluirAlardear , disseminar o horror , amedobntrar é o que deixa os seres humanos tensos e apavorados. Atitudes nada construtivas das mídias populares. Lamentável
ResponderExcluirEssas mercadoria que vem da China Coreia que traz a doenças corona viris
ResponderExcluirO risco é ainda menor, dado que só as pessoas sintomáticas que procuram atendimento sao testadas para o vírus. A maior parcela, oligo ou assintomatica, também precisa ser considerada na mortalidade.
ResponderExcluirMuito bom. Parabéns pela clareza do texto. Moacyr Nobre
ResponderExcluirSer um vírus novo e surgir em um país cujos relatórios internacionais não inspiram muita confiança faz a pessoa ( indivíduos) ter medo sim... Sobre a rstatistest que levou ao cálculo da letalidade de 2% .. tomara q seja real e que caia ainda mais...Mas você pode publicar o link da publicação científica ou oficial do governo da China q passou esse dado?
ResponderExcluirSinto dores nas juntas, tenho pouca disposição e muita idade. Acho que estou com coroa vírus !!
ResponderExcluirEsclarecedor. Muito
ResponderExcluirNum apanhado geral, um resumo dos comentários anteriores, representa o meu pensamento!
ResponderExcluirEu moro na China e estou esperando em conexão o momento de voltar. Não quero voltar no momento pois as medidas de quarentena não são agradáveis. Mas é o que venho dizendo desde o começo. Estatisticamente não é significante. Com os novos números, segue menos significante ainda, ja que os casos dobraram, mas as mortes não. Quando falei isso da primeira vez, fui advertida “você não tem autoridade pra falar”. Não tenho, não sou infectologista, mas conhecimento estatístico eu tenho. Obrigada pelo excelente texto, vai ao encontro daquilo que penso. Vou compartilhar.
ResponderExcluirExcelente post. Obrigado pela grande prestação de serviço.
ResponderExcluirParabéns professor!
ResponderExcluirPensamento com base em evidencia e utilizando-se de probabilidadeserá mais importante no futuro proximo.
Eu tenho a impressão de que os números chineses não combinam com as atitudes mostradas. Seria natural esperar pouca verdade nos números apresentados. Um regime fechado como este nunca será sincero na divulgação dos seus dados negativos. O que tenho visto de clipes na internet, podem ser falsos também, apontam para uma realidade bem mais grave. Porque o grupo de brasileiros procura o governo brasileiro para serem repatriados?
ResponderExcluirA análise do professor e esclarecedora para os números-apresenrados oficialmente, mas estes não tem credibilidade-alguma.
Muito bom e esclarecedor....
ResponderExcluirMuito bem explicado, só tenho a impressão de a conta deveria ser número de casos pela população de Wuhan e não da China. Apesar de aumentar, a possibilidade continuaria ínfima.
ResponderExcluiré errôneo fazer uma análise estatística de ser VIVO, sem saber quais habilidades ele terá para comprometer a vida humana. este vírus, já largamente verificado pela comunidade científica SÉRIA, tem componentes de gripe+hiv, é transmitido pelo ar, entra pelas mucosas da boca, nariz e olhos (médicos chineses estão morrendo porque não usaram óculos). Este vírus vai se comportar do jeito que ele QUISER e não o que a tal estatística - que olha um momento no tempo - disser, um vírus EVOLUI, se torna resistente, contrói outras habilidades !!!. Quem se contaminou NÃO PODE ser contaminado novamente, porque MORRE. Isto acontece na dengue, NÃO pode reinfectar se ocorrer vem a dengue hemorrágica. Não pode fazer vacina, pois o sistema imunológico reconhece como já infectado anteriormente e daí segue para a hemorrágica se tomar uma picada pela primeira vez. O cara que fez o texto, o fez em outro contexto - foi quando os casos estavam em 9 mil , hoje, 18/02/2020 15:28 Brasil, os casos passam de 70 mil casos !!! em um mês a taxa multiplicou por 8, ou seja, estatística com coisa VIVA ainda desconhecida, pois este virus o era na época é ser , no mínimo, inconsequente e em se tratando de vida humanas isto é INACEITÁVEL. A pressa em vender cursos pode MATAR MILHÕES DE PESSOAS !!!! tem várias pessoas da classe médica seguindo o texto desse cara, se desligaram do mundo real, quem tem acesso à internet sabe o que REALMENTE ESTÁ ACONTECENDO, quem ficar papeando banalidade em facebook e outras redes sociais achando que já sabe de tudo, está fadado a morrer nesta PANDEMIA, como já classificou a OMS. SIGA O LINK PASSADO E MULTIPLIQUE. em situações graves, a primeira coisa que morre é a CORRETA INFORMAÇÃO. Se aparecerem dando opinião e vendendo cursos CUIDADO. ENTRE EM CONTATO COM A REALIDADE !!! SIGA O LINK https://www.worldometers.info/coronavirus/
ExcluirRecebi esse artigo e resolvi ler mas é desinformação. O autor parece desconsiderar q os níveis de contágio estão baixos simplesmente porque o governo chinês está tomando medidas muito drásticas para evitar a expansão da doença. Em Wuhan as pessoas não saem de casa e fábricas foram fechadas. Em países sem cultura de disciplina como a China isso pode se tornar uma tragédia. Passear de helicóptero é decisão voluntária e não tem como se tornar epidemia. Comparação incoerente. E se considerar a região de Wuhan o risco é bem maoir do q 1/250.000 já a população é de 11M com mais de 5mil casos pelo q foi divulgado.
ResponderExcluirNão se mede risco com conta de padaria, em 4 dias, pela sua conta o risco dobrou. Não há muito que se preocupar no momento, mas também não devemos fazer uma análise de risco dessa forma, afinal o crescimento é exponencial e não linear.
ResponderExcluirParabéns Luis, importante esclarecimento.
ResponderExcluirQuem acha que carioca tem medo do coronavírus?
Irmão, a gente já passou por garotinho, cabral, crivevella (as minúsculas são propositais...), dengue, febre amarela, enchente, água da cedae, guerra do tráfico e muito mais!
Conclusão: se o mundo acabar só sobrevivem carioca e baratas...
Há um equívoco grave nesse cálculo. Ele determina o risco do contágio dividindo o número de casos pela população de toda China. O correto seria usar a população exposta ao vírus, que foi muitíssimo menor. Desse modo ele reduziu muito esse número.
ResponderExcluirÉ isso professor ,o sistema sempre implantando o medo ,para tirar a felicidade de viver a vida abundante que DEUS nos deu .
ResponderExcluirsensacional professor!!
ResponderExcluirUma visão racional do todo!
ResponderExcluirMe desculpem, mas isso não pode ser sério!!
ResponderExcluirDizer que é mais fácil morrer em acidente de helicóptero do que da infecção respiratória pelo novo coronavírus é muito rasteiro.
Primeiro, só anda de helicóptero quem tem muito dinheiro, e ainda é uma opção. Vc “compra” esse risco.
Ao contrário, ser infectado durante uma pandemia de virose respiratória não é uma escolha ...
Dizer ainda que a letalidade de 2% do nCoV é muito baixa, quando comparamos com outras doenças, me parece ingênuo (ou falta de conhecimento do problema). A gripe espanhola, que matou 50 milhões de pessoas em menos de 2 anos, teve uma letalidade estimada de 2-3% “apenas” .. quando se trata de doença viral respiratória emergente altamente contagiosa, que pode atingir 40% da população do planeta, esses 2% representam milhões de mortes.
Não, eu não vou morrer em consequência de acidente de helicóptero, mas posso sim ser vítima de uma infecção respiratória severa de origem viral.
Substitua por acidente de moto, então.
ExcluirRealmente a comparação é bastante vaga . Nem toda população pode andar de helicóptero, ainda mais pelo visto foi imprudência do piloto por falta de visibilidade . Agora adquirirmos esse Coronavírus pode ser fácil. Existem pessoas que moram eu outras localidades da China que conseguiram sair de lá e estão chegando no país normalmente. Tem alguns em Portugal por escala de voo que estão chegando essa semana . E aí?
ResponderExcluirChina querendo tirar a atenção do mundo para proveito próprio
ResponderExcluirQuando descobri que há cerca de 8.000 mortes nos USA a cada inverno por gripe comum...
ResponderExcluirMas a mídia sempre impressiona, exacerba!
A pouco mais de 100 anos, houve uma febre que dizimou 50% da população de Campinas - SP.
Em Wuhan, com 11 milhões de pessoas, mil mortos não é alta porcentagem.
O artigo deve ser atualizado ou "desativado" comparações que no meu ponto de vista não fazem o menor sentido.
ResponderExcluirGripe matam, acidentes matam mas o que estamos passando é por um momento de descoberta, vírus novo e com uma disseminação exponencial que não para de crescer dia pós dia.
Uma conta boa de se fazer é projetar a disseminação com base na data de descoberta e o dia de hoje. Pensando para daqui 6 meses por exemplo... É outro ponto de vista que talvez seja um pouco mais real.
Na data deste artigo tínhamos 9 mil casos diagnosticados e 213 mortes.
Os dados mais recentes 28/02 falam em 80 mil casos diagnosticados e 2 mil e 700 mortos.
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51627407
Acho que não devemos nos desesperar porém eu arriscaria 28 voos de helicóptero a um "bate volta a China ou Itália por exemplo"! :)
Caro Bruno, obrigado pela preocupação. No entanto, saliento que nossa discussão diz respeito à "ordem de grandeza" individual do problema, que continua a mesma. O texto ganha mais relevância na medida em que mais casos vão sendo detectados (numerador), porém o denominador continua a prevalecer do ponto de vista individual. Esse texto é sobre literalmente probabilístico, algo alinhado com o que estamos vivendo e viveremos ainda mais nos próximos meses.
ExcluirProfessor gostaria de saber se o senhor publicou algum texto analizando numeros /informações mais recente. Moro em Sydney e não preciso dizer o quanto isso está afetando todos aqui e a economia do país. Lamentável, mas ao meu ver o medo instaurado mundialmente está gerando mais danos e riscos que a propria doença.
ResponderExcluirCheguei no seu artigo pelo artigo de Marcelo Szpilman do Globo.
ResponderExcluirPura desinformação. Esse artigo já deveria ser sido removido. Impressionante como as pessoas às vezes pessoas não querem acreditar no q está diante dos seus olhos. Já tinha contestado esse artigo anteriormente mas o meu texto foi removido. A expectativa de contágio vai a 60% da população do Brasil com 0,9% de mortos.
ResponderExcluirtem alguma cor mais escura ainda para o Cisne Negro ?
ResponderExcluirTeria sido menos cruel se os dados da china fossem verdadeiros....
ResponderExcluirPrimeiramente parabéns pelo artigo. E seria bacana escrever um exclusivamente do por que as mídias mentem tanto quanto ao numero.
ResponderExcluirEu por exemplo não sabia disso:
https://conselheirocristao.com.br/pessoas-recuperadas-do-covid-isso-a-globo-nao-mostra/
São coisas que a globo por exemplo não mostra.