Em recente post sobre a Rosiglitazona, comentamos do hábito do FDA em liberar drogas baseando-se em desfechos substitutos. Muitas vezes esta precipitada atitude resulta na necessidade de suspensão de uma droga que nunca deveria ter sido comercializada. Esta semana, mais um novo hipoglicemiante oral foi liberado pelo FDA, baseado apenas em estudos que mostram redução de glicemia (desfecho substituto). Trata-se do Liraglutide, um antagonista do receptor GPL-1 (glucagon-like-peptide -1).
Pode ser que esta droga seja benéfica, pois ajuda a controlar a glicemia. Mas pode ser que seja maléfica. Há evidências em animais de que o Liraglutide causa câncer e há relatos em humanos de maior incidência de pancreatite. Fora os efeitos cardiovasculares, que não se sabe ao certo. A incerteza é tão grande que em Perspectiva publcada no New England Journal of Medicine, Parks & Rosebraugh afirmaram: physicians will need to carefully review the prescribing information and decide whether the benefit–risk profile is favorable for each individual patient.
Desse jeito, é melhor esperar para depois não haver arrependimento na liberação. Mas se a droga for liberada pela nossa ANVISA (que geralmente imita o FDA), espero que os médicos não caiam nesse conto de novo. O ideal é deixar a droga nas prateleiras até as evidências clínicas surgirem. Lembrem-se do Vioxx, Cerivastatina, Sibutramina, Rimonabant, Rosiglitazona ...
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