Na mesma época do estudo OASIS-5, foi publicado o OASIS-6 no Journal of American Medical Association, que randomizou os 12.000 pacientes para Fondaparinux ou heparina não fracionada. O estudo relatou redução significativa de morte ou infarto com 30 dias (desfecho primário), sem diferença em sangramento. Este benefício se limitou aos pacientes que fizeram trombólise, sendo que os pacientes submetidos a angioplastia primária tiveram uma tendência a benefício no grupo heparina.
Então, devemos usar Fondaparinux com trombolíticos?
O problema deste estudo é que o Fondaparinux não foi comparado à melhor terapia adjunta ao trombolítico, que é a Enoxaparina. Lembro que de acordo com o estudo Extract-TIMI a Enoxaparina é superior à heparina não fracionada, no caso de pacientes trombolizados. Portanto, podemos considerar que o OASIS-6 é um estudo com grupo controle desatualizado, perdeu o rumo da história. Não por culpa dos pesquisadores, mas sim porque o Extract-TIMI foi publicado em 2006, no mesmo ano em que o OASIS-6 foi publicado.
Desta forma, permanecemos com Enoxaparina associada a trombolíticos e heparina não fracionada no momento da angioplatia primária. Fondaparinux é para síndromes coronarianas agudas sem supradesnível do ST.
Que os não cardiologistas desculpem nossa conversa de anticoagulantes, mas precisávamos relembrar o resultados destes ensaios clínicos antes do lançamento da droga. Se não, ficamos na mão dos marketeiros.
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