Em outros estudos, o resultado positivo do pequeno ensaio clínico é proveniente da análise de um desfecho secundário. Neste caso a chance do acaso é maior ainda, pois vários desfechos são comparados e os autores descrevem com mais ênfase o resultado do desfecho que apresentou os melhores resultados. Este foi o caso de um pequeno estudo (LIDO - Lancet 2002; 360: 196–202) que mostrou redução de mortalidade com o inotrópico Levosimedan (estatisticamente significante). O estudo LIDO nem tinha mortalidade como desfecho primário, nem havia poder estatístico para este desfecho.
Mesmo assim, alguns passaram a prescrever Levosimedan ao invés de Dobutamina, e anos depois o grande estudo SURVIVE (Figura - JAMA. 2007;297:1883-1891) mostrou que esta tinha sido uma má decisão.
Desfechos secundários são secundários, não representam resultado que devam influenciar nossas decisões clínicas.
Já que desfecho secundário não nos autorizar a assumir aquele resultado na prática clínica, qual é o peso desta informação? Ou só devo valorizar se o estudo estiver desenhado para ela?
ResponderExcluirElsimar,
ResponderExcluiruma informação de desfecho secundário é geradora de hipótese. Esse é o valor. Gerar uma hipótese que deve ser confirmada (ou não) em estudo futuro, adequado para testar estes desfechos.